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Resenha escrita (COM SPOILERS): A paciente silenciosa - Alex Michaelides

 

 Livro: A paciente silenciosa
Autor: Alex Michaelides
Editora: Record Páginas: 428
Nota: 2,5
⚠️CONTÉM SPOILERS

Sinopse

"Só ela sabe o que aconteceu.
Só ele pode fazê-la falar."

 A paciente silenciosa é um daqueles livros que não saem da cabeça do leitor, quer ele queira, quer não.

Alicia Berenson tinha uma vida perfeita. Ela era uma pintora famosa casada com um fotógrafo bem-sucedido e morava numa área nobre de Londres que dá para o parque de Hampstead Heath. Certa noite, Gabriel, seu marido, voltou tarde para casa depois de um ensaio para a Vogue, e de repente a vida de Alicia mudou completamente...

Alicia tinha 33 anos quando deu cinco tiros no rosto do marido, e ela nunca mais disse uma palavra.

A recusa de Alicia a falar ou a dar qualquer explicação transforma essa tragédia doméstica em algo muito maior ― um mistério que atrai a atenção do público e aumenta ainda mais a fama da pintora. Entretanto, enquanto seus quadros passam a ser mais valorizados que nunca, ela é levada para o Grove, um hospital psiquiátrico judiciário na zona norte de Londres.

Enquanto isso, Theo Faber é um psicoterapeuta forense que espera há muito tempo por uma oportunidade de trabalhar com Alicia. Ele tem certeza de que é a pessoa certa para lidar com o caso. No entanto, sua determinação para fazê-la falar e desvendar o mistério de por que ela atirou no marido o arrasta para um caminho tortuoso que sugere que as raízes do silêncio de Alicia são muito mais profundas do que ele jamais poderia imaginar.

Porém, se ela falar, ele será capaz de ouvir a verdade?


Minha opinião

Esse foi o livro que escolhemos para Janeiro na Leitura Coletiva Dark. Sempre vimos muitos elogios sobre ele mas infelizmente não foi uma experiência muito boa para mim. Sempre ressalto isso: o que não foi bom para mim pode ser ótimo para você, minha opinião aqui é totalmente pessoal, nada tema ver com técnica porque minhas análises são puramente de leitora, eu não sou crítica literária e nem dona da razão. Acho até legal ver opiniões diferentes e falar sobre, então caso tenha gostado do livro, eu adoraria ler sua opinião nos comentários também. Mas vamos lá discorrer um pouco sobre isso.

Primeiramente vou falar como é a trama do livro. O livro é narrado pelo psicoterapeuta Theo. Ele conta que um belo dia uma pintora chamada Alicia foi condenada pela morte de seu marido. A polícia encontrou a mulher ensanguentada olhando na direção do marido que morreu com tiros na cabeça.  No entanto, ela parou de falar depois do crime, então sem provas e sem ter como se defender, ela acaba sendo julgada como inimputável, e é internada em um hospital psiquiátrico.

Vou começar a falar do que gostei no livro: o ritmo dele é bom, bem fluido.  Eu de fato fiquei curiosa para saber o que tava acontecendo no início. Gostei do autor ter usado a mitologia grega de Alceste no livro.

No entanto, o artifício de diário da suspeita alternado com a trama em andamento eu já tinha visto em outro livro que não direi qual é pra não dar spoiler dele. Então eu já percebi que todos os outros suspeitos que o autor tentava trazer era somente por pura distração, até porque a motivação deles não era tão forte porque sabemos que geralmente quando matam por ciúme é aquela coisa do "se não vai ficar comigo, não vai ficar com ninguém", então quem estaria morta seria Alicia, não seu marido. Poderia até ter sido porque ele a defendeu, mas pela cena do crime não houve nenhum confronto.

Theo consegue um emprego no hospital que Alicia está e por fim, consegue até fazer Alicia falar. E aí que tudo desanda.

O autor tenta passar pra gente que Theo está sendo traído ao mesmo tempo que está tratando Alicia,  quando de repente do nada ele puxa da cartola que a traição acontecia no passado. O amante da esposa de Theo era o marido morto de Alicia. Theo era o homem que esteve espionando a casa de Alicia e esteve na casa no dia do incidente.

E porque ficou difícil de tragar a história? Eu sou muito questionadora. Qual foi a motivação do Theo ter ido até o hospital pra querer tanto tratar Alicia? Simples curiosidade para saber a verdade? Ele se sentia culpado e queria ajudar ou pelo menos tirar a culpa de si? Valia a pena mesmo o risco só por isso?

Alicia resolveu falar só porque queria testá-lo contando uma história falsa, mas se a todo momento ele fingiu não a conhecer porque seria diferente agora? E por fim ela não parou de falar pelo choque da morte, ela simplesmente estava interpretando Alceste o tempo todo, o que sinceramente não me convence muito porque é necessária muita força de vontade pra não falar por puro capricho. Tá, ela sentiu que tinha sido morta pelo marido porque ele a condenou pra morrer no seu lugar quando Theo esteve na casa ameaçando-os e isso a relembrou de um momento na infância com seu pai. Ok, foi um trauma. Mas daí seguir uma mitologia porque quer dar um brilho para incrementar o crime que cometeu me pareceu bem forçado.

Por fim, o autor opta por nos mostrar uma página do diário bem decisiva falando do envolvimento de Theo bem antes da polícia descobrir, o que pra mim foi um balde de água fria. E se Theo saiu da casa de Alicia no dia do incidente sem matar o marido dela e Alicia sendo a verdadeira culpada, o que realmente Alicia tinha pra provar contra ele? Invasão de domicílio? E por que ela tinha medo dele se a assassina era ela? Ok, ele poderia perder o registro por isso e se tornar o fracassado que seu pai sempre achou que seria, mas o que ele acaba fazendo é muito pior. Sendo acusado de tentativa de homicídio e se Alicia não tivesse escrito ainda tinha o risco de ela acordar do coma e contar tudo, já que ele não a matou. Era muito melhor nunca ter ido ao hospital. Ela silenciosa era muito mais vantajoso pra ele.

No fim das contas, os traumas de ambos podem tê-los deixados somente malucos. Como diz o livro, um bebê é uma folha branca e o que determina o que ele será é como ele é criado, mas de qualquer forma, achei as motivações e soluções muito fracas e não funcionou tão bem pra mim. O autor é roteirista, esse foi o primeiro livro dele, eu poderia tentar aliviar um pouco pra ele por isso, mas roteirista também escreve e Ali Land escreveu somente Menina boa, menina má e foi um livro que achei ótimo, então é complicado.

Bem, gente, é isso. Fiquem à vontade para discordar e me digam aí nos comentários quais os thrillers favoritos de vocês.

Você pode adquirir o livro aqui.

Por Amanda Rocha

 

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10 comentários:

  1. Discordo do seu comentário.Acho que nos foi apresentada duas personalidades doentes.Que estavam vivendo em sociedade como pessoas normais mas que eram incapazes disto.E as suas demências afloraram causando danos irreparáveis para eles e para os quem com eles conviveram.Gostei da história, mas desde do início não tive nenhuma empatia com os personagens.O que em alguns pontos torna a leitura difícil.

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  2. Eu achei o livro interessante pois ele fala de um transtorno que muita das vezes passa batido e se não tratado corretamente leva a pessoa a cometer atos loucos. Ela tinha bordeline e muito possivelmente ele também tinha. Ele também tinha culpa. E acho que chegou a um ponto dele não conseguir conviver mais com essa culpa. Ele não matou Gabriel mas ele condenou duas mulheres a uma vida de sofrimento devido ao egoísmo dele e ao medo da solidão.

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  3. gostaria de saber exatamente qual o final ele será preso? ou só internado não gostei tanto assim do final meio corrido

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  4. Eu também fiquei confusa com a história da traição....também achei que estivesse ocorrendo naquele momento, não no passado. Foi um artifício para enganar o leitor, mas para mim só serviu para eu achar mal formulada a trama. No mais, eu gostei do desenrolar da história e esse não é o primeiro livro cujo final me decepciona!!

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  5. Gostei do livro em si. Théo era um psicopata. E ele queria voltar a cena do crime. E Alicia era a cena do crime, para ele. Alicia infelizmente foi só uma massa de manobra, tanto para o pai, para o marido e para Théo. Triste fim de Alicia

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  6. Concordo com o comentário acima, Theo era um psicopata e ele não aceitaria parar por ai....em certos momentos, achei que teria algo com a pintura do marido a ver com Jesus...senti falta de uma explicação sobre isso, que ficou em vão, mas do restante gostei do livro.

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  7. Eu gostei do enredo, mas não fiquei 100% satisfeita com a linguagem que o autor usou, porque achei que alguns pontos enfatizados por ele em capítulos ficaram soltos. Esse autor dava a intenção de que esse pontos seriam interessantes mas depois parava de desenvolver e chegou à resolução do crime sem usar a maioria deles. Outra coisa que não me agradou foi o final, pois eu entendi que o policial realmente estava na casa dele questionando sobre as últimas páginas do diário, mas não entendi o motivo só Theo ignorar e prestar atenção na neve. Isso só reforça que ele não tava com medo porque a alicia não acordaria? Ou que ele também tem problemas psicológicos? Ou que ele estava internado numa clínica? Alguém conseguiu desvendar esse desfecho?

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    1. Pois é. Acabei de ler e fiquei com essa mesma dúvida bem nesse finalzinho.

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  8. Fiquei muito feliz em ler sua crítica. Eu achei alguém que compartilhou os mesmos pensamentos que o meu. Quando encerrei o livro, meu único sentimento foi de total perda de tempo e eterna frustração. Achei fraco, pouco argumentativo e em certos pontos, tosco.

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