Livro: Para nunca se sentir só
Autora: Gabriela Zimmer
Editora: Gryphus
Páginas: 96
Nota:⭐⭐⭐⭐
Livro gentilmente cedido em parceria com a editora
Sinopse
Prefaciado pelo jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, o livro da jovem poeta Gabriela reafirma seu talento e ressalta a sua sensibilidade expressa nos 32 poemas reunidos neste livro com ilustrações em 4 cores feitas por Hannah Ribeiro. Joaquim destaca: “Gabriela Zimmer não está interessada em responder qualquer pergunta, certa de que o trabalho que tem pela frente não é esse, mas justo o seu avesso. Inventar dúvidas. Desassossegar os espíritos.” E arremata: "Longe de ser dramática, tem como ponto final a revelação de que a solidão é uma alucinação.” Como explica a autora: "há vida em todos os lugares." A primeira obra desta jovem de 15 anos nasce estimulada pelos passos certeiros dados em sua trajetória na relação com as palavras: aluna da 1ª Série do Ensino Médio é autora do texto "Tal e qual Cabral as encontrou", vencedor do Concurso de Redação 2019, na categoria 9º Ano – Ensino Fundamental, promovido pelo SinepeRio, e publicado na coletânea "Meio Ambiente: as pedras e o caminho". Já seu poema Jardim das Flores foi classificado no Concurso Nacional Novos Poetas, organizado por Vivara Editora, e integra a obra Antologia Poética, Poesia Livre 2020. Compositora, sua canção "É Carnaval", em coautoria com Matheus von Krüger e Wagner Cinelli, é uma das faixas do CD Urca Bossa Jazz no Carnaval, lançado em 2019. É coautora da canção "Fique em casa", tendo também participado do respectivo clipe musical, lançado este ano, juntamente com outros cantores. "A poesia é uma ótima companhia em tempos de solidão. Uma escrita íntima e esperançosa, que manifesta os mais ocultos devaneios. Surge lá de dentro do peito, de onde foge para alcançar toda a gente”, diz a nova poeta.
Minha opinião
Antes de iniciar a resenha é necessário mostrar a poeta por trás dele. Gabriela é carioca, aluna do 1° ano do Ensino Médio e autora do texto Tal e qual Cabral as encontrou, vencedor o Concurso de Redação 2019, na categoria 9° Ano - Ensino Fundamental, promovido pelo Sinepe Rio, publicado na coletânea Meio Ambiente: as pedras e o caminho. Seu poema Jardim das Flores foi classificado no Concurso Nacional Novos Poetas, organizado por Vivara Editora, e integra a obra Antologia Poética, Poesia Livre 2020. Compositora, sua canção É Carnaval, em coautoria com Wagner Cinelli e Matheus von Krüger, é uma das faixas do CD Urca Bossa Jazz no Carnaval, lançado em 2019. É coautora da canção Fique em casa, tendo também participado do respectivo clipe musical, lançado em maio de 2020.
Para nunca se sentir só é um livro que revira sentimentos. Traz ao leitor identificação com os versos, cria reflexões sobre a vida e o sacode da solidão.
Ao mesmo tempo que a naturaliza, mostra que há muito mais além dela. A solidão é um sentimento comum a se sentir às vezes, mas sentir solidão não é propriamente estar só, afinal de contas há outros se sentindo como você. Você veio ao mundo, seu lugar nele você o fez por merecer, há muito para viver, mesmo que sua companhia seja somente você.
"Um poeta aprende
a viver com a solidão.
E, assim, transforma seus
pensamentos em companhia"
O livro é dividido em 6 capítulos: Metapoesia; A sociedade grita; Natureza humana?; Devaneios; A Lua e seus reflexos, A rosa e suas pétalas e Philopoética. Cada qual representado por uma cor e as ilustrações também seguem as mesmas cores.
Metapoesia fala sobre a relação do poeta com as palavras e o mundo.
A sociedade grita mostra um pouco do caos da sociedade.
Natureza humana? crítica a relação do ser humano com o mundo.
Devaneios traz a fragilidade humana em versos.
A Lua e seus reflexos e seus reflexos, A Rosa e suas pétalas traz delicadeza e feminilidade.
Philopoética fala sobre o passar do tempo, o ciclo da vida, mortalidade e liberdade.
O Prefácio de Joaquim Ferreira dos Santos além de ditar o tom do livro já nos deixa de coração aquecido para iniciar a leitura, trazendo como referência a Gabriela Zimmer as escritas de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado.
As ilustrações com detalhes aquarelados e impressas coloridas são um show à parte, Hannah Ribeiro soube muito bem traduzir os poemas de Gabriela trazendo o sentimentalismo necessário. Por vezes exprimindo tristeza, angústia, a imaginação fluindo na solidão, e em outras mostrando a vida florescer e acontecer.
"Pelas estradas vou seguindo,
como uma feiticeira na floresta,
procurando nos olhos de todos
a chama para mais um poema."
Talvez justamente por achar que os mais belos versos saem de momentos tristes porque sinto que na tristeza em si já há poesia, meu capítulo favorito foi o Devaneios. Em especial os poemas A carta e Choro contido.
Por fim, ressalto que Gabriela conseguiu trazer muito bem sensibilidade, delicadeza e pluralidade aos seus versos.
Talvez a única ressalva sejam as páginas brancas, mas elas de fato descartam as artes coloridas e não tornam a leitura cansativa por se tratar de uma leitura leve e rápida para lhe fazer companhia quando você se sentir só.
Você pode adquirir o livro aqui ou no site da editora.
Por Amanda Rocha
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